Meu primeiro review completo de um vinho branco não poderia ser sobre um melhor. Afinal, estamos falando de um vinho francês classificado como Grand Cru.

Mas o que isso significa? Tive de realizar uma pesquisa, pois reconheço que ainda tenho muito o que aprender sobre o universo dos vinhos franceses, e encontrei diversos artigos e uma farta documentação, com destaque em particular para um excelente artigo no Blog Evino – “Premier Cru, Cru Classé ou Grand Cru? Afinal, o que significa ‘Cru’?”.

Em resumo, estamos falando de classificar o terroir, termo criado pelos franceses e adotado mundialmente que designa a combinação única de solo e clima que cada região produtora possui e sua influência sobre a qualidade dos vinhos. Para os franceses, essa influência representa 70% da qualidade do vinho. Quanto melhor o terroir da propriedade, melhores e mais caros são os vinhos produzidos nela.

Essa classificação surgiu inicialmente em 1855, por ocasião da realização da Exposição Universal de Paris, direcionada à região de Bordeux. Por outro lado, há referências a essa classificação na região da Borgonha com mais de 1.000 anos!

Estamos falando de tradição, controle rígido da qualidade, gestão e manejo adequados do solo, condições climáticas diferenciadas… até a direção do vento é considerada nessa análise. E as mudanças de classificação são raríssimas: praticamente todas as de 1855 valem até hoje.

O fato é que para um vinho receber a chancela de Grand Cru é certeza de estarmos diante de algo especial, superioChâteau Carbonnieux Pessac-Léognan - Grand Cru Classé de Gravesr.

Falando agora especificamente do vinho que tomamos, o Château Carbonnieux Vin Blanc, é simplesmente excelente. Um bouquet maduro e persistente. A presença do estágio em barricas é notada imediatamente. Na boca, um paladar complexo, nada a ver com os brancos levinhos, frutados, refrescantes e descompromissados. Esse vinho apresenta um toque amanteigado, madeira presente e a maturidade esperada de um Gran Cru.

Muito redondo, taninos suaves, um veludo ao passar pela língua. Para alguém como eu, que curto vinhos tintos e encorpados, a experiência de tomar um branco com todas essas qualidades foi algo diferente.

Os vinhos do “velho mundo” são assim, com designações um pouco mais complicadas de entender e cheios de grandes histórias para contar.

Costuma-se dizer que dessa vida nada levamos de material, levamos apenas nossas experiências e momentos vividos. Este vinho faz um bom par com o Pêra-Manca Tinto 2010, como uma experiência que todos deveríamos realizar uma vez na vida.

Logo vou escrever sobre um outro branco soberbo, brasileiro, refinado e muito bem feito. Aguardem!

 

Château Carbonnieux Vin Blanc
  • Ao abrir a garrafa
  • Na taça
  • A prova
  • Meia hora depois
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