É difícil pensar em Réveillon e não pensar logo em uma boa garrafa de espumante. Essa bebida está presente em diferentes situações, desde premiações de pilotos de Fórmula 1 até noites românticas em quartos de hotéis luxuosos. E o que essas duas coisas tão diferentes têm em comum? Elas são especiais e requerem uma comemoração igualmente especial.

Associamos essa bebida a celebrações, festas, brindes e, de certa forma, a luxo e alegria. Mas por que será que uma taça de espumante — ou, como muitas vezes chamamos, de champanhe — nos remete a comemorações? Por que é, afinal, que se bebe espumante nas festas? Continue lendo este texto para descobrir!

Espumante ou Champanhe?

Antes de mais nada, é preciso lembrar uma distinção que ainda confunde muita gente. Tornou-se comum no Brasil chamar qualquer vinho gasoso de champanhe — ou champagne, como a palavra é escrita em francês. Mas, na verdade, esse nome é para poucos: apenas para aqueles vinhos espumantes produzidos na região de Champagne, no nordeste da França, que seguem uma rigorosa Denominação de Origem.

As garrafas de champagne são mais caras do que as de espumantes e carregam consigo uma história de mais de 300 anos. No século 16, o vinho de Champagne, que ainda não era um espumante, já era conhecido na corte francesa pela sua qualidade. A dupla fermentação pela qual passava o vinho, devido a condições climáticas, criava dióxido de carbono na bebida; porém, ele escapava pelos barris.

Quando os vinhos passaram a ser envelhecidos em garrafas, no século 17, o gás finalmente se concentrou no vinho, transformando-o em espumante — porém, também causando, frequentemente, a explosão de garrafas. O mais curioso é que os ingleses foram os primeiros a perceber e estudar o processo de espumantização nos vinhos que eram recebidos da região de Champagne.

Na Inglaterra, em 1662, foram conduzidos os primeiros processos intencionais e documentados da produção de vinho espumante.

Com o aprimoramento do processo ao longo dos séculos seguintes, o champanhe finalmente se tornou a bebida que conhecemos — e amamos — hoje. Porém, a sua associação com luxo e riqueza nunca se perdeu.

A bebida da realeza

As festas da realeza francesa eram regadas a champanhe e, portanto, esse vinho se tornou conhecido como a bebida da família real e da aristocracia. Por ser cara, o seu consumo era considerado um sinal de status. Ainda no século 17, tornou-se comum celebrar eventos com a bebida, tradição que foi mantida pela Revolução Francesa. Com o declínio dos preços, a comemoração com champanhe passou a ser acessível a outras camadas da população.

No século 19, a Revolução Industrial tornou mais fácil a exportação da bebida, aumentando o seu consumo ao redor do mundo. Com o crescimento das vendas e da produção do champanhe, as grandes marcas da região, como Möet et Chandon, Veuve Clicquot and Taittinger, passaram a investir fortemente em campanhas publicitárias, que vendiam a bebida como a melhor escolha para momentos de celebração e eventos importantes.

Em uma entrevista para o portal Live Science, o professor Kolleen M. Guy, autor do livro When Champagne Became French (em tradução literal, “Quando o champanhe se tornou francês”), afirma que a bebida tem uma importância simbólica, pois é usada para marcar a alegria e a “santidade” de uma ocasião, mesmo quando esta não é religiosa.

Segundo Guy, o champanhe faz isso até mesmo visualmente, quando é aberto, pois nos mostra uma explosão de “abundância e alegria”. Se pensarmos bem, essa bebida realmente combina muito bem com os fogos de artifício do Ano Novo!

A popularização dos espumantes no Brasil

Países como o Brasil e Portugal não carregam um nome de peso, como o champagne francês, o prosecco italiano e a cava espanhola. Porém, os vinhos espumantes desses dois países vendem bem em seus mercados nacionais.

Ainda que muito menos consumido em Portugal do que o vinho tradicional, a produção e o consumo de espumantes têm aumentado no país. No Brasil, o mercado de vinhos espumantes também mostra crescimento nos últimos tempos: a venda da bebida vem aumentando cerca de 10% ao ano, mesmo com a retração nos gastos das famílias brasileiras.

Nos dois países, observa-se que o espumante continua muito associado a ocasiões especiais, a festas e à ideia de gastos extravagantes, embora muitos rótulos estejam disponíveis no mercado por preços acessíveis.

No entanto, para Carlos Cabral, um dos maiores conhecedores de vinhos do Brasil — e do mundo —, o cenário brasileiro atual já é muito diferente do de três décadas atrás.

Os consumidores estão se interessando mais por vinhos, há mais entendedores do assunto no país e cada vez mais pessoas começam a apreciar a ideia de degustar um espumante e harmonizá-lo com refeições, sem a necessidade de um evento especial.

Para as altas temperaturas brasileiras, durante quase todo o ano, o espumante é especialmente apropriado! Nada como uma taça de vinho branco ou de um bom espumante gelado no verão, não é mesmo?

Confira abaixo alguns espumantes brasileiros e portugueses que receberam reconhecimento internacional:

Brasil

Cave Amadeu Brut

A vinícola Cave Geisse é um nome de referência na produção de espumantes no Brasil. Os preços dos seus vinhos variam entre cerca de R$50 e R$800. Uma opção com bom custo-benefício é o Cave Amadeu Brut, que custa em torno de R$60.

Garibaldi Chardonnay Brut

 Com muitos espumantes elogiados, a Garibaldi é uma vinícola de destaque no Brasil. Um dos seus vinhos ganhou especial atenção: o Garibaldi Chardonnay Brut. Vencedor de uma série de prêmios, esse vinho custa menos de R$40.

Casa Perini Moscatel

A Casa Perini tem muitos vinhos de alta qualidade. Em 2017, a vinícola conquistou o quinto lugar em uma lista dos melhores vinhos do mundo com o espumante Casa Perini Moscatel, que custa cerca de R$40.

Portugal

 

Vértice Pinot Noir 2007

Do Douro, destaca-se o Vértice Pinot Noir 2007, que bateu recorde em 2017 na Wine Advocate, de Robert Parker, alcançando 94 pontos e arrancando elogios do crítico Mark Squires. Esse espumante, no entanto, tem um preço um pouco mais salgado, por volta dos 50 €. Contudo, a marca possui outros vinhos de alta qualidade, que conquistaram 90 pontos ou mais, e que saem mais em conta, como o Vértice Reserva Cuvée.

Campolargo Borga branco 2012

Da Bairrada, região onde 60% dos espumantes portugueses são produzidos, vem o Campolargo Borga branco 2012, feito de Pinot Noir e Chardonnay. Recebeu 93 pontos na escala Robert Parker e pode ser encontrado por cerca de 20 €.

Pronto, agora que você já sabe por que se bebe espumante nas festas, é só escolher a sua garrafa para o próximo Réveillon. Ou, então, para beber amanhã mesmo! Felizmente, não é mais necessário fazer parte da realeza francesa para apreciar um bom vinho espumante e até, quem sabe, uma taça de champagne. Santé!

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