No dia 10 de setembro, o Emanuel completou 50 anos. Íamos comemorar somente com um jantar especial em Campos do Jordão, mas decidi fazer para ele uma festa surpresa, só com familiares e amigos mais íntimos. Tudo foi combinado por semanas entre eu e meus pais – a festa foi na casa deles – e o Emanuel não desconfiou de nada.

A “desculpa” foi que minha mãe queria fazer um almoço para comemorar o aniversário dele. Não seria nada de novidade, pois minha mãe vive fazendo dessas. O engraçado é o que o Emanuel disse que não chegaria lá de mãos abanando e, mesmo já atrasados, passou no supermercado para comprar uma garrafa de vinho mais especial.

Ao chegar na casa de meus pais, e se deparar com todos os seus amigos, ele ficou paralisado por alguns segundos. A primeira frase foi: “É, acho que o vinho não vai dar…”, pensando na garrafa que ele tinha levado. Foi uma grande emoção ver todos ali reunidos, em sua homenagem.

A decoração estava impecável (mérito da minha mãe, a melhor organizadora de festas que eu conheço) e o menu foi paella e rondelli. A paella é feita por uma conhecida da minha mãe, e leva camarões tão grandes como eu nunca vi igual. E o rondelli é uma das massas preferidas do Emanuel – ele come cinco deles brincando!

O homenageado do dia – detalhe para o tamanho do camarão!

O homenageado do dia – detalhe para o tamanho do camarão!

Os Vinhos

Os vinhos foram decididos entre eu e meu pai, depois de analisarmos as avaliações que o Emanuel faz aqui no Viva o Vinho: Don Laurindo Assemblage 2009 e Pizzato Legno 2012.

O Don Laurindo se apresentou um pouco mais ácido do que da primeira vez que o provamos, causando certa frustração. Mas o Legno compensou tudo.

Sua cor dourada e seu toque amadeirado, lembrando vinhos franceses, fez muito sucesso entre os convidados, até porque muitos não imaginavam que poderia haver um vinho brasileiro com essa qualidade.

Harmonizou perfeitamente com a paella.

Trovadores Urbanos

O ponto alto da festa foi a apresentação dos Trovadores Urbanos. Na minha família, já os contratamos em inúmeras ocasiões (a mais inusitada foi no velório da minha avó, que era apaixonada pelo seu repertório), mas o Emanuel ainda não conhecia. Escolhi as músicas uma a uma, todas que tinham algum significado em nossa vida, e a apresentação foi emocionante. Nós dois choramos, simplesmente pela felicidade de estarmos vivendo tudo isso juntos.

Foi um momento mágico, comemorando uma data mais do que especial, cercado pelos familiares e amigos mais queridos, que eu nunca vou esquecer. E, tenho certeza, o Emanuel também não vai.

Fotos: Renata Pacheco Tavares e Rômulo Barreto

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