Nosso intuito com o Viva o Vinho é falar de vinhos que estejam ao alcance da maioria das pessoas, demonstrar que há excelentes opções sem ter de desembolsar valores elevados por uma garrafa. Não à toa, o primeiro post a respeito de um vinho foi sobre o Rio Sol Winemaker’s Selection Alicante Bouschet 2009, que comprei em uma promoção por R$ 18,00.

Mas o fato é que ganhei um presente: o prazer de beber um vinho de alta estirpe, diferenciado, daqueles que você deve guardar na memória para o resto da vida – um Pêra-Manca Tinto 2010.

A ocasião foi um almoço de domingo na casa do meu sogro (já falei a respeito em outro post). Eu havia levado um bom vinho para beber com ele, um Escorihuela Gascón Pinot Noir 2013, e ele resolveu abrir essa garrafa super especial. A razão? Talvez porque ele já tinha me falado que quando fosse à casa dele beberíamos um bom vinho para eu postar em nosso blog… talvez porque a família estava reunida… mas isso importa quando temos vontade de beber algo realmente bom? Claro que não.

Os Pêra-Manca são vinhos excepcionais, produzidos em anos excepcionais. Com uma rápida pesquisa é possível encontrar sua história, que remonta à Idade Média e tem o fato curioso de ter sido o vinho trazido por Pedro Álvares Cabral em sua caravela. A revista Prazeres da Mesa publicou um artigo muito interessante a respeito em 2010 – O MELHOR DO ANO – só faltando citar as safras de 2008 e a própria 2010, que tive o prazer de conhecer.

O vinho

pera-mancaDifícil falar sobre um vinho desses sem mencionar uma pilha enorme de elogios. É como uma aula de aonde se pode chegar em qualidade e de como há vinhos ruins no mercado. É interessante para apurarmos nosso senso crítico, estabelecer em nossas mentes um novo referencial de excelência.

O Pêra-Manca é um vinho muito bonito na taça, um vermelho escuro, profundo e brilhante. Seus aromas revelam complexidade, algo diferente do que estamos acostumados. Há uma presença óbvia de madeira e especiarias, mas complementadas por frutas vermelhas maduras.

O paladar vem concretizar tudo o que já estava anunciado. Seu sabor invade a boca deliciosamente, com potência e muita persistência, dominando o espaço sem agredir, sem “pegar na língua”, um aveludado que bons vinhos proporcionam.

O importante é que não é preciso ser um expert para perceber essa diferença. A Renata passou por uma experiência curiosa citada em seu primeiro post – A primeira degustação a gente nunca esquece – em que ela provou, sem saber, um vinho caríssimo. Sua reação foi imediata. 😉

Eu experimentei o Pêra-Manca pela primeira vez há cerca de dez anos. Também foi um presente, de um sommelier amigo meu na ocasião dos meus 40 anos. Ele colocou em minha taça com o rótulo do vinho fechado. Impossível não perceber que se tratava de algo realmente muito especial.

  • Ao abrir a garrafa
  • Na taça
  • A prova
  • Meia hora depois
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